Dário Moitoso: o mais recente embaixador de trail running da SCOTT em entrevista

Autor: Rita Vicente    Data: 26-05-2022
Publicado na categoria: Entrevista

Natural do arquipélago dos Açores (Faial), Dário Moitoso, Campeão Nacional de Trail em 2019 e 2020, e Campeão Nacional de Ultra Trail, em 2021, é o novo embaixador de trail running da SCOTT.

Com um palmarés de conquistas, o atleta de 28 anos irá participar em diversas provas até ao final do ano, entre elas o Ultra Skyrunning Madeira, a realizar neste fim de semana.

Durante a entrevista ficamos a conhecer como foi o reconhecimento enquanto embaixador da SCOTT, bem como os seus objetivos a curto e longo prazo.

Dário, como descreves a sensação de aos 28 anos de idade ser embaixador de trail running da SCOTT? Achas que era o passo que faltava?

Fazer parte da equipa internacional de trail running da SCOTT é uma responsabilidade acrescida, mas acima de tudo é um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo destes últimos anos. Não sei se era o passo que faltava, mas sem dúvida que a confiança depositada pela marca, é uma motivação extra para o futuro!

Onde é que tencionas levar o nome da marca e quais são os vossos objetivos conjuntos?

Um dos lemas da marca é “no shortcuts”, o que me faz todo o sentido. Não há caminhos fáceis, e quero crescer e fazer a marca crescer. Num mercado sempre a mudar e sempre a exigir o melhor, estou aqui também para testar o equipamento a fundo, dar opinião sobre o que se pode mudar ou não, e fazer parte do desenvolvimento de novos produtos.

Quais são os teus objetivos para o que resta deste ano e em que provas contas estar presente?

A época ainda está só a começar, tenho uns desafios muito exigentes nos próximos meses. Vou ao Ultra Sky Madeira, prova do Sky Running World Series, neste fim de semana. Em Junho, viajo aos Estados Unidos da América, para a Broken Arrow Sky Race 52km. Em agosto, o Matterhorn Ultraks na Suíça, e espero assim ganhar mais experiência e competitividade internacional para representar Portugal da melhor forma, no Campeonato do Mundo de Trail na Tailândia, em novembro.
Consideras que ter crescido numa das melhores ilhas para a prática de deporto de natureza (Açores) influenciou a tua progressão enquanto atleta e que é uma vantagem competitiva em relação a outros atletas? Quais são os pros e os contras que encontras no facto de aí residires?

Sem dúvida que crescer, e acima de tudo viver nos Açores, foi uma alavanca importante, mas não só. Tem havido um trabalho ao nível do desporto de natureza pelo Azores Trail Run, tanto no nível de criação de percursos, na promoção do Trail e na organização de grandes eventos desportivos como o Ultra Trail World Tour, Golden Trail Championship, Golden Trail National Series, o que afirma a qualidade, diversidade, dificuldade de percursos que aqui temos. Temos a vantagem de ser possível praticar corrida ao ar livre durante todo o ano o que não acontece na maioria dos países do Norte da Europa.

A dificuldade mais relevante associada a viver nos Açores é o elevado custo das viagens para poder competir no exterior, todavia, havendo apoios – e felizmente tenho contado com o apoio do Governo dos Açores e da Câmara Municipal da Horta -, é um problema ultrapassável. A insularidade obriga, ainda, a estar fora mais 2 ou 3 dias, por vezes, devido às escalas necessárias.

Ainda relativamente aos Açores, gostarias de promover ou implementar algum projeto ligado ao trail running no arquipélago? O que é que tencionas fazer quando deixares a competição?

Não tenho nada em mente, e não penso em deixar a competição num futuro próximo. Mas uma das coisas que tenho tentado mostrar aos mais jovens, quer seja no desporto ou não, é que devemos sempre acreditar e sonhar que conseguimos. Não é por vivermos no meio do Atlântico que estamos longe de tudo, muito pelo contrário, estamos a 4h da América e 2h da Europa, e podemos e devemos acreditar que nós podemos bater de igual com quer que seja, em qualquer área!

Fotos: Pedro Silva

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