Corrida: uma porta aberta à coragem

Autor: Diana Coimbra Gaspar    Data: 10-01-2018
Publicado na categoria: Opinião

Correr dá-nos vida e alimenta de forma incontestável a coragem que podemos alimentar dentro de nós. Correr tornamo-nos mais corajosos, mais conscientes das nossas fragilidades e forças.

Quando corremos conseguimos ouvir melhor aquilo que dizemos, sendo que o melhor mesmo é a capacidade que ganhamos para questionar o que dizemos – “Não consigo subir isto tudo”, “não consigo descer este trilho”, “não consigo correr esses quilómetros todos”, “não consigo ser mais rápido”, “não consigo acabar esta prova” – estas e outras frases e expressões mentais fazem parte de todos nós que começamos a correr na serra ou na estrada.

Partimos sempre com limitações mentais que até lá não tínhamos ou não questionávamos, porque não sentíamos vontade de as verificar com a ousadia necessária. Afinal é preciso motivação para transformarmos essa voz destruidora, numa voz de coragem – “Afinal consigo subir”, “consegui acabar a prova”, “consegui correr mais rápido”, “consegui descer mais seguro”.

Treino a treino, prova a prova, conseguimos descobrir que afinal aquela voz que nos dizia que não éramos capazes, estava errada, porque conseguimos, e bem!! E é nestes momentos que a coragem se multiplica e a força começa a viver dentro de nós com outra pujança, porque descobrimos, que tal como na corrida, também na vida nos temos estado a boicotar e a dificultar o nosso próprio crescimento e evolução através dessa mesma voz que nos vai dizendo que não somos capazes. E é aí que tudo muda e cresce. Ganhamos mais coragem para nos tornarmos mais corajosos e a palavra consegui começa a fazer parte do nosso vocabulário. Ganhamos mais força para transformar os obstáculos que a vida e os trilhos não vão proporcionando. Ganhamos mais energia física e mental para fazer a nossa vida avançar.

É por tudo isto que gostamos tanto de correr e que a corrida, depois de entrar na nossa vida, nunca mais sairá . Correr torna-nos mais corajosos, felizes e livres.

Foto: Adriano Branco Neves

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