WMTRC 2021: Balanço da prestação da seleção nacional de trail running

Autor: Redação    Data: 10-11-2022
Publicado na categoria: Entrevista, Eventos

A primeira edição do Campeonato Mundial de Mountain and Trail Running (WMTRC) decorreu de  3 a 6 de novembro em Chiang Mai, Tailândia. Para representar o nosso país a Federação Portuguesa de Atletismo convocou 22 atletas no total das diferentes distâncias, dos quais 16 para as 2 provas de trail running.

O evento internacional sob a égide da World Athletics (WA, antiga IAAF), inicialmente agendado para o mesmo mês de 2021 e adiado em virtude da pandemia de Covid-19, substitui os campeonatos mundiais anteriormente organizados pela World Mountain Running Association -WMRA- (corrida de montanha) e a International Association of Ultrarunners -IAU- / International Trail Running Association -ITRA- (trail running).

O programa incluiu duas provas de trail running, duas corridas de montanha, uma clássica e uma vertical ao longo de quatro dias. Houve também uma prova de juniores.

A seleção nacional de trail 

Short trail masculinos: Bruno Silva (Individual), Dário Moitoso (CIAIA), Hélio Fumo (Individual) e Pedro Barros (Individual).
Short trail femininos: Inês João (STA), Mariana Machado (EDV Viana), Marisa Vieira (Individual) e Nádia Casteleiro (STA).
Long trail masculino: Bruno Sousa (Individual), Carlos Ferreira (Individual), Hugo Gonçalves (Individual) e Miguel Arsénio (EDV Viana).
Long trail feminino: Cristina Arreiol (Individual), Inês Marques (ARC-EAC), Lucinda Sousa (Individual) e Paula Barbosa (EDV Viana).

Dário Moitoso acabou por não participar na competição devido a lesão.

Pedro Barros e Mary Vieira foram os mais rápidos no short trail

No short trail (38k e 2.425m D+),  Pedro Barros foi o atleta nacional mais veloz, tendo cumprido o percurso em 3h38m29s, o que lhe garantiu o 28.º lugar da classificação geral. O vencedor, o novo campeão do mundo,  o norueguês Stian Hovind Angermund, cortou a meta com exactamente 30 minutos de vantagem sobre o atleta português.

Na disputa feminina, Mary Vieira cortou a meta após 4h24m32s, obtendo o 30.º lugar. A romena Denisa Dragomir sagrou-se campeã com a marca de 3h49m23s.

Estiveram representados 25 países, mas nos 38 km, quer em masculinos, quer em femininos, só 14 países lograram fechar equipa de 3 elementos, e só 10 conseguiram fechar equipa nos dois sexos. Itália venceu em masculinos e Espanha em femininos. Portugal conquistou o 9.º lugar em masculinos e 8.º em femininos.

Miguel Arsénio e Inês Marques foram os mais bem classificados no long trail

Na prova longa, com um percurso de 78k e 4.807m D+, Miguel Arsénio foi o primeiro atleta a cortar a meta, terminando no 30.º lugar, com o tempo de 8h28m36s. O título de campeão foi arrecadado Adam Peterman, atleta dos EUA, com a marca de 7h15m13s.

Na competição feminina, Inês Marques foi a nossa melhor atleta, com o registo de 9h58m02s 32.º lugar. O título de campeã foi  para a francesa Blandine Lhirondel (vencedora em 2019 nos Trlhos dos Abutres), com o tempo de 8h22m14s.Em masculinos, só 20 países fecharam equipa, em femininos 13 países e 12 países em ambos os sexos. EUA venceram em masculinos e França em femininos. Portugal conquistou o 10.º lugar em masculinos e 7.º em femininos.

Os nossos melhores resultados

A nossa melhor classificação colectiva masculina foi o quinto lugar (em 2016 e 2019). No feminino, a melhor classificação foi obtida em 2016 (sexto lugar).

A melhor classificação individual de sempre, um 10.º lugar, foi conquistada, em Miranda do Corvo, em 2019, por Hélio Fumo. Inês Marques conquistou em 2018, em Sant Joan de Penyagolosa, Espanha, o 20.º lugar na classificação feminina.

Em declarações à Lusa, o selecionador nacional, José Carlos Santos, afirmou que “são excelentes resultados e não é fácil melhorá-los, há seleções com muito mais história no ‘trail’ do que nós, sobretudo na Europa. Há sempre seis, sete seleções muito fortes, com grandes aspirações, como Espanha e França, que têm alternado os pódios coletivos nas últimas edições, mas também os Estados Unidos, a Inglaterra, a Suíça ou a Itália”.
O BALANÇO DE RUI PINHO

No regresso da Tailândia, a Trail-Running.pt colocou algumas questões ao presidente da ATRP, relativamente à prestação da nossa seleção.

Quais eram as expectativas da seleção?

As expectativas são sempre as de igualar ou superar os melhores resultados obtidos anteriormente, apesar de não podermos alinhar na máxima força.

Como classifica o desempenho?

Atendendo ao nível competitivo, que foi o mais elevado de sempre a nível individual – olhando ao ranking iTRA – o desempenho dos atletas esteve dentro do expectável. Houve dedicação, superação e compromisso, tendo os estreantes apresentado performances de bom nível.

E a presença de seleções e nível competitivo?

Apesar do menor número de seleções face a 2019, o facto deste Mundial ter sido o primeiro sob a égide da World Athletics e ter oferecido aos participantes um prize money ao nível das melhores provas dos circuitos internacionais, fez com que os melhores atletas de trail de todo o mundo se apresentassem na máxima força, alguns dos quais participando pela primeira vez.

Quais as dificuldades sentidas?

Condicionantes de última hora impediram que a equipa estivesse na máxima força. Refiro-me às lesões de Dário Moitoso e de André Rodrigues, dois dos atletas nacionais com maior ranking.

Critérios de seleção dos atletas para as 2 distâncias?

Este Mundial era para ter sido realizado em 2021, portanto o apuramento teve em conta os resultados dos Campeonatos Nacionais dos 2 últimos anos, bem como a preparação, aptidão e ciclo competitivo dos atletas na época em curso.

Fotos: C.M. Viana; C.M. Machico

 

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