A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) anunciou uma nova medida que promete transformar o panorama das corridas em Portugal. A partir da época 2025/26, todos os participantes em provas de atletismo terão de adquirir uma licença, seja diária ou anual, para poderem competir. A decisão, aprovada em assembleia geral nos Açores no último fim de semana, tem causado perplexidade entre corredores e organizadores de eventos, suscitando dúvidas sobre o seu impacto na modalidade.
Uma Licença para Correr: O Que Está em Jogo?
Segundo a FPA, a licença diária terá um custo entre três e quatro euros, enquanto a licença anual será fixada em 35 euros. Além de permitir a participação em todas as provas legalizadas, a licença anual oferece benefícios como seguro válido por 365 dias, descontos em combustíveis e até um voucher de viagem, fruto de negociações com agências de turismo. A medida visa também certificar todas as provas realizadas em território nacional, garantindo maior rigor e segurança.
Domingos Castro, presidente da FPA, defende que esta iniciativa segue modelos internacionais e que os benefícios associados à licença compensam o investimento. No entanto, a proposta tem gerado críticas e dúvidas, especialmente entre os organizadores de provas, que temem alterações na dinâmica dos eventos e possíveis impactos financeiros.
Reações Mistas: Corredores e Organizadores Questionam
Entre os corredores, a medida tem sido recebida com surpresa. Muitos questionam a necessidade de pagar uma licença adicional, considerando que já investem em inscrições e equipamentos. Por outro lado, organizadores de provas, como Jorge Teixeira, da Runporto, e Carlos Móia, do Maratona Clube de Portugal, pedem diálogo e esclarecimentos antes da implementação. Ambos destacam a importância de ouvir os agentes experientes da modalidade para garantir que a medida seja aplicada de forma justa e eficaz.
Impacto na Modalidade e no Turismo Desportivo
A FPA argumenta que a licença para correr pode beneficiar a modalidade, promovendo maior organização e segurança nas provas. Além disso, a iniciativa pretende valorizar o atletismo como um motor de negócios e turismo desportivo em Portugal. No entanto, a perplexidade gerada pela medida evidencia a necessidade de um debate mais amplo, que envolva todos os agentes da modalidade.
Com a implementação prevista para 2025/26, resta saber como esta medida será recebida e adaptada pela comunidade desportiva. O futuro do atletismo em Portugal poderá depender da capacidade de diálogo e cooperação entre corredores, organizadores e a Federação. Uma coisa é certa: o tema promete continuar a gerar discussão nos próximos meses.
Foto: openart.ai