No passado dia 16 de maio, realizou-se a 5.ª edição do Santa Maria Trail (SMAT), evento magistralmente organizado pela seção de trail running da Casa do Povo de São Pedro. A edição deste ano reuniu 175 atletas de oito nacionalidades, num ambiente marcado pela superação, diversidade e contacto profundo com a natureza da ilha.
Situada no extremo sudeste do arquipélago dos Açores, a ilha de Santa Maria destaca-se pela sua paisagem única e pelo clima ameno e seco, que lhe vale a alcunha de Ilha do Sol. Com campos verdejantes, praias douradas e águas azul-turquesa, a ilha combina tradição e beleza natural, oferecendo um ambiente acolhedor marcado pelas casas caiadas e pelos tons quentes da sua terra.
Com cinco edições já realizadas, o SMAT tem como missão afirmar a ilha açoriana de Santa Maria no cenário do trail running. Esta edição contou com quatro provas competitivas, incluindo o mini trail, pensado para quem procura uma distância mais curta e acessível. Além disso, o evento ofereceu uma caminhada, perfeita para aqueles que desejam explorar a natureza de forma mais tranquila e contemplativa.
Num só dia, decorreram as provas de Trail Ultra (55 km), Trail Longo (35 km), Trail Curto (20 km) e Mini Trail (10 km). Os percursos, tecnicamente exigentes mas meticulosamente planeados, atravessaram trilhos, caminhos agrícolas e florestais, além de linhas de água do concelho de Vila do Porto.
“Tem um excelente equilíbrio entre subidas, descidas técnicas, com ribeiras — acaba por ser o que gostamos de fazer no Trail. Já fiz os 20, os 35, os 55; este ano vim aos 35 km. A subida de São Lourenço é icónica, pelos seus degraus — olhamos para trás e sentimo-nos muito bem. Por volta das 10h, estava um sol lindíssimo. Santa Maria vale mesmo a pena experimentar: diferentes tipos de terreno, companheirismo, diversidade de natureza… vale muito a pena.” partilhou Ana Almeida, da equipa Active Clube, 3.ª Geral F (35 km)
Já Marco Rodrigues, da equipa B47 e 1º Geral M que se estreou no SMAT na distância mais longa (55km), referiu: “A prova correu muito bem — foi excelente a nível organizativo e de sinalização. A organização está de parabéns. Recomendo vivamente: a ilha é lindíssima, com paisagens magníficas e um interior surpreendente. Os trilhos são técnicos, com bastante pedra e lama, desafiantes como um verdadeiro atleta gosta.”
Na prova dos 20 km, Victor Lopes, da equipa Casa Do Benfica De Reguengos De Monsaraz, conquistou o 2.º lugar Geral M e elogiou o ritmo e a diversidade: “Uma prova muito bonita e técnica, tivemos um bom tempo, gostei muito. A organização teve uma ótima comunicação com os atletas, sempre presentes na resposta, uma organização 5 estrelas. Fiquei muito surpreendido pela positiva.”
Na distância mais curta, Susana Jeremias, da equipa Palmela Trail Team e 2.ª classificada geral feminina nos 10 km, destacou o espírito positivo da corrida: “É das poucas ilhas dos Açores que ainda não conhecia. Todo o percurso foi muito bonito, com passagens por riachos e vistas maravilhosas ao longo de toda a prova. A organização esteve irrepreensível.”
Carlos Borges, responsável pela organização, sublinhou o sucesso da 5ª edição e o impacto na ilha: ” O balanço desta edição é muito positivo. Temos recebido um feedback excelente, tudo correu bem e conseguimos resolver rapidamente qualquer imprevisto. Para nós, foi a melhor edição de sempre. O impacto económico foi significativo e a resposta da comunidade foi extraordinária. Um agradecimento especial aos voluntários, bombeiros e equipa de sinalização — sem eles, nada disto seria possível.”
O SMAT destacou-se pela coesão entre exigência física e excelência organizativa, com percursos desenhados ao pormenor para garantir não só a fluidez da prova, mas também uma ligação genuína ao território. A prova provou (mais uma vez) que desporto, natureza e hospitalidade podem conviver num equilíbrio raro.
Com as emoções ainda à flor da pele, a edição deste ano deixa um rasto de boas memórias e uma promessa silenciosa: quem viveu esta aventura vai querer regressar.
Fotos: SMAT