A Cream é responsável pela imagem e comunicação dos desportos Outdoor e turismo ativo, motivo pelo qual está presente em muitos dos eventos desportivos a nível nacional. Esta agência destaca-se pela originalidade e diferenciação, porquanto aposta no reconhecimento do sucesso potenciando os eventos para um patamar superior de profissionalismo.
O prémio que lhe foi atribuído pela realização do vídeo “As voltas do impossível, uma história real!” que teve como objetivo dar a conhecer os momentos mais marcantes da 1ª edição da prova na Serra da Freita, bem como o vídeo de ativação do campeonato do Mundo de Trail, que obteve o 2º lugar na categoria Turismo ativo, são provas claras do reconhecimento do trabalho da Cream.
A Trail-running.pt esteve à conversa com o rosto do projeto, Sérgio Duarte, praticante de trail running e diretor criativo da Cream.
Sérgio, qual é a função de um diretor criativo? Como é assumir este papel?
Na realidade um diretor criativo assume a função de gestão de uma equipa na execução de um trabalho associado à industria criativa, é a pessoa responsável por inspirar a equipa, mas também pelos resultados, e é exactamente isso que faço na Cream.
À parte do aparente glamour que normalmente é atribuída a este cargo, trata-se de uma função sobre a qual recai as principais decisões, seja do processo criativo ou da peça final, por vezes decisões difíceis de tomar que te colocam no papel do “proponente”!
Como somos uma pequena equipa, ainda estou muito envolvido no processo, e continuo a desempenhar o papel de designer gráfico.
Ao longo dos últimos anos, a Cream tem estado presente e tem conquistado a confiança de diversas marcas nacionais. Qual é o segredo para o sucesso? E quais são os métodos que aplicam para conseguirem estar alinhados com cada uma das diferentes marcas e com os seus objetivos?
Não existe propriamente um segredo. As metodologias e ações que estamos a trazer para esta área do desporto outdoor e turismo de natureza já utilizamos no meio empresarial, uma área onde existe grande competitividade e exigência. A somar a esta experiência, juntamos a nossa componente criativa e um amplo conhecimento deste meio de natureza.
A Cream foi a encarregada pela criação da marca Louzan Sky Race. O que é que sentem ao ver que uma das vossas produções atingiu um patamar de reconhecimento elevado e se converteu numa referência no meio?
Curiosamente esse rebranding é um dos trabalhos que, ainda hoje, nos deixa muito orgulhosos e continua a ser uma referência daquilo que consideramos um trabalho bem executado.
É muito comum deixarmos de sentir entusiasmo pelos nossos trabalhos, ainda que poucos dias depois de estes verem a luz do dia. Mas, a imagem da LouzanSkyRace continua a parecer-nos muito bem, é eficiente e cumpre muito bem o propósito.
Mais importante do que o reconhecimento, é ver o cliente conseguir atingir os objetivos, quando isso acontece ele acaba por perceber que a aposta na Cream foi acertada, é lisonjeante, mas ,ao mesmo tempo, coloca-nos responsabilidade acrescida para futuros trabalhos, queremos sempre superar-nos.
A sustentabilidade é um tema que, cada vez mais, preocupa as empresas. Neste sentido, a Cream tem vindo a realizar alguns eventos. Qual foi o retorno conseguido com os mesmos? Acreditas que outras organizações têm a abertura necessária para reestruturar a forma como trabalham, apostando, também elas, na sustentabilidade dos seus eventos?
A sustentabilidade deveria ser, efetivamente, um tema preponderante, não só para as empresas mas para a sociedade em geral. Mas, infelizmente, ainda não é o que acontece. Estamos ainda a dar pequenos passos, quando deveríamos estar já a sprintar.
Com o tema na ordem do dia, há muitas marcas a começarem a preocupar-se em assumir a dianteira, mas é importante que as ações sejam muito mais do que colocar uma “chancela” com a folha verde! Ainda estou reticente quanto à maioria das organizações, implementar ações dá trabalho e por vezes tem custos acrescidos.
As ações que temos levado a cabo destinam-se essencialmente a despertar consciências, e se conseguirmos influenciar terceiros, então considero que temos aqui uma vitória.
Ainda assim, pegando no exemplo da ação do Plogging que idealizamos para a Associação Abutrica, a mesma conseguiu retirar dos trilhos 2 toneladas de resíduos e reunir mais de uma centena de pessoas, grande parte jovens e crianças, que eram o nosso principal público, pois são eles o futuro, parece-me que já é significativo.A Cream é uma agência que enfatiza a criatividade, diferenciação e o único, garantindo trabalhos de referência. De que forma é que a Cream consegue aplicar no terreno as ideias que, de alguma fora, revolucionam o mercado? Qual é o feedback recebido?
Sem dúvida que a criatividade e a diferenciação são o nosso estandarte. Mas, nem sempre é fácil levar isso para o terreno, depende muito do grau de envolvimento que existe entre nós e a marca com que estamos a trabalhar, aqui sim, existe um segredo, que é envolver as pessoas no processo, torná-las parceiros!
Gostamos de ver as coisas como uma parceria. Não gosto de utilizar a palavra “cliente”, é demasiado impessoal, e confesso que, muitas das vezes, as ideias não são nossas, nós apenas materializamos as ideias dos nossos clientes.
O importante mesmo é proporcionar algo diferenciado ao público da marca. É inegável que todos nós, hoje em dia, procuramos “experiências”. A marca que soube oferecer a melhor experiência, sai certamente vencedora.Quantos e quais foram os prémios que conquistaram até hoje, e quais foram os trabalhos que vos permitiram obter os mesmos?
Somos uma pequena agência do Porto, sabemos perfeitamente o lugar que ocupamos, não podemos trabalhar para prémios, não temos condições para tal, e não o vemos como uma estratégia. Concorremos apenas quando o trabalho nos parece significante. Até hoje a Cream concorreu apenas com 3 trabalhos, e, destes, fomos galardoados por duas vezes:
– Ação de comunicação “Trilhos dos Abutres 2020, Campeonato Nacional”, na categoria de Evento Desportivo.
– O vídeo “As Voltas do Impossível 2020, uma história real.”, na categoria de Desporto e Lazer
Existe, ainda, um prémio de um trabalho que realizámos para ativação do Campeonato do Mundo de Trail 2019, nos Trilhos dos Abutres, um trabalho em parceria com a empresa Slideshow.
O fato de serem praticantes de desportos de natureza influencia o processo criativo da Cream? Quando realizam um evento, sentem que estão um passo à frente de outras empresas da área?
Sem dúvida! Do ponto de vista de criação, o facto de conhecermos muito bem o meio em que estamos inseridos, amplia o leque de possibilidades, tudo graças à experiência adquirida ao longo de todos estes anos. Vou ainda mais longe: quando trabalhamos a comunicação para marcas que se relacionam com natureza, seja um evento, um produto, ou serviço, o nosso background como praticantes favorece-nos porque estamos inseridos no mesmo ecossistema.
Fotos: DR/cedidas pela CREAM