Segundo a organização, a Badwater 135 é a corrida de execução mais exigente e extrema dureza que há em qualquer lugar do planeta. O 45.º aniversário do evento terminou esta quarta-feira, com as vitórias de Yoshihiko Ishikawa e Ashley Paulson. Portugal esteve representado por Rui Pedras.
Abrangendo 135 milhas (217 km) de corrida contínua de Death Valley até Monte Whitney, CA, a Badwater concede 48 horas de tempo limite aos seus participantes.
A linha de partida está em Badwater, Death Valley, que marca a menor elevação na América do Norte a 85m abaixo do nível do mar. A corrida termina no Monte Whitney Portal em cerca de 2.530m altitude. O percurso da Badwater abrange três cadeias de montanhas para um total 4.450m D+ e 1.859m D-. Suportam temperaturas positivas que oscilam entre os 40º e os 70º ao nível do alcatrão.
Os portais são o início do trilho para o Monte Whitney, o ponto mais alto nos Estados Unidos contíguos. Os participantes passam por lugares como Mushroom Rock, Furnace Creek, Salt Creek, Devil’s Cornfield, Devil’s Golf Course, Stovepipe Wells, Panamint Springs, Keeler, Alabama Hills e Lone Pine.
Yoshihiko Ishikawa bisa e Ashley Paulson bate recorde feminino da prova
O japonês Yoshihiko Ishikawa venceu com o tempo de 23h08m20s. Ishikawa estabeleceu anteriormente o recorde do percurso em 2019, com a marca de 21h33m01s.
Na disputa feminina, a norte-americana Ashley Paulson foi a primeira mulher e a terceira geral, com um novo recorde do percurso de 24h09m34s. O recorde anterior era de 24h13m24s, estabelecido pela polaca Patrycja Bereznowska em 2019.
Rui Pedras tornou-se no 6.º finalista português
Aos 63 anos, o barcelense Rui Pedras completou a “mais dura do mundo” em 39h42m46s. Rui Pedras contou com uma equipa de apoio constituída por 2 norte-americanos e por Augusto Pinto Oliveira, o português que completou a Badwater em 2017.
Amante das longas distâncias, Rui Pedras averba no seu currículo, entre outras, participações no UTMB, Marathon des Sables (com o também barcelense Carlos Sá) e Leadville 100.
Os 6 Finalistas portugueses
Carlos Sá em 2013, com um excelente 1.º lugar com 24h38m16s
Carlos Sá em 2014 com outro pódio em 3.º lugar com 26h19m03s
Carla André em 2016 com 44h35m14s em 72.º lugar em 84 classificados e 19ª mulher em 24 classificadas.
Augusto Pinto Oliveira em 2017 com 40h15m36s em 52.º lugar em 75 classificados
Vítor Rodrigues em 2019 com 36h13m36s em 34.º lugar em 79 classificados
João Andrade em 2021 com 32h56m52s em 13.º lugar em 68 classificados
Rui Pedras em 2022 com 39h42m46s em 52.º lugar em 77 classificados
Curiosidades
Esta prova começou em 1987 com 146 milhas e nasce dum desafio entre duas equipas: EUA / Reino Unido com 5 participantes.
Desde 1987, esta prova já se realizou 35 vezes, onde foram registados 1.727 classificados, 1.318 homens e 409 mulheres / 23.7%, num total de 982 Finalistas, 748 homens e 234 mulheres / 23.8%;
No total, há 666 com uma participação; 171 com 2; 62 com 3; 25 com 4; 16 com 5; 6 com 6; 7 com 7; 9 com 8; 2 com 9; 4 com 10; 3 com 11; 3 com 12; 1 com 13; 3 com 14; 1 com 15; e 1 com 20!
Marshall Ulrich, 1951, EUA, participou em 20 edições entre 1990 e 2015. O seu melhor tempo é de 26h18m00s e o pior é 54h59m00s.
De referir que até 1991 esta prova não tinha limite de tempo, depois e até 2010 passou a ter 60 horas de limite e daí até agora passou para 48 horas. Todavia, o grupo que parte na última grelha tem apenas 45 horas de tempo limite.
Nos 1.727 tempos registados a ordem dos tempos portugueses é a seguinte:
22.º – Carlos Sá, 2013: 24h38m19s
50.º – Carlos Sá, 2014: 26h19m03s
291.º – João Andrade, 2021: 32h56m52s
479.º – Vitor Rodrigues, 2019: 36h13m04s
797.º – Rui Pedras, 2022: 39h42m46s
841.º – Augusto Oliveira, 2017: 40h15m36s
1.217.º – Carla André, 2016: 44h35m14s / 281.ª em 409 classificadas
Notas: Há dois dados relativos a Carlos Sá que valorizam mais os seus tempos: em 2013, a partida foi às 10h, na inclemência do sol a pino no Vale da Morte, e não às 23h como passou a ser daí para cá; Em 2014, a organização optou por um percurso alternativo, com partida e chegada nos mesmos locais, mas muito diferente do habitual e clássico percurso – no ponto de vista de Orlando Duarte para pior.